sexta-feira, 23 de março de 2012

RAPAZINHOS COMO ESTE NÃO....


RAPAZINHOS COMO ESTE NÃO…


Foi em 6 de Agosto de 1946
Que nasceu um rapazinho
Que o mundo iria destroçar
Abafando de tristeza cada lar
Com suspiros e choros sem cessar
Este rapazinho foi por todos amaldiçoado
Parecia ter sido obra do diabo
Que o gerou apenas para destroçar
Sim. Este rapazinho foi diferente
As pessoas de alegria não choraram
Das mães ventres abortaram
As aves nos seus ramos não cantaram
As casas com o choro se desmoronaram
Os dias em noites se transformaram
As estrelas no céu não cintilaram
As águas dos oceanos se revoltaram
Ondas em montanhas se tornaram
As pessoas suas faces mascararam
Com a mascara da dor que não quiseram
Maldita a hora em que nasceu tal criatura
Que lançou milhares na sepultura
Que a doença e a morte propagou
E o mundo inteiro aterrorizou
Calem-se vozes imundas
Que profanam com raivas profundas
Como se fossem lavas de vulcão
Que ódios lançaram em gases de podridão
Morte aos úteros geradores de tais rapazinhos
Feitos em silêncio como anjinhos
Abafem-se o eco dos revoltosos
Perdidos como cancerosos
Fechem-se os olhos de cegueira
Queimados por gases sem fronteiras
Tolham-se as mãos dos desgraçados
Que arquitectam rapazinhos ensaiados
Ó meu Deus que fizemos nós?
Ouviu-se em algures uma voz
Quando o viram descer ao mundo
E tudo destruir num segundo
Rapazinhos como este não
Monstros de destruição não
Queremos sim um mundo melhor
Feito com paz e amor
Onde a verdade permita
Que Hiroshima se não repita.


ARIEH  NATSAC

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