segunda-feira, 14 de novembro de 2011

FOZ SEM TER CORRENTE


FOZ SEM TER CORRENTE


Navego no mar da palha
Numa canoa de esperança
O luar também me ralha
Como se eu fosse criança


Gaivotas em movimento
Trazem-me o manto do céu
Onde me esqueço um momento
Da estrela que m’ aqueceu


Rumo na solidão perdida
Com as forças d’um desejo
E numa carícia cingida
Teu sorriso eu almejo


Ao rio eu lhe pergunto
Para ouvir a sua voz
Mas ele muda de assunto
E me leva até à foz


A foz sem ter corrente
Mas a ela eu me amarro
Como se fosse o presente
Onde ao futuro me agarro


Penumbra que eu desvendo
Nevoeiro sem ter imagem
Nesta vida que correndo
Mais parece uma miragem.



ARIEH  NATSAC

Sem comentários:

Enviar um comentário