quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

É NATAL





É NATAL


É Natal
Felicidade de crianças
Que esborracham os narizes
Contra as montras dos brinquedos
É Natal
Quadra de amor
Que com amor se deveria pagar
E apagar ódios surdos
É Natal
Quando os pinheiros
Se enfeitam de luzes coloridas
E mostram prazeres de crianças
É Natal
Quando os homens são irmãos
Só na fachada feita de escárnio
E escondem suas intenções de vinganças
É Natal
Na terra no mar no ar
Na Europa e no Médio-Oriente
Quando as armas calam o seu falar
É Natal
Onde há canhões e pistolas
Nas mãos das crianças
Que tudo fingem matar
É Natal
Quando um riso de criança
Se mistura com o choro da mãe
Que apenas deu ao seu filho um beijo
É Natal
No campo ou na cidade
Em casa ou na rua
À chuva ao calor
Ao frio num só desejo
É Natal
Reunião com a família
Ou sentado à beira do passeio
Iluminado pela luz do candeeiro
É Natal
Quando canta o galo
Quando nasce uma criança
Sem saber porque nasceu
Neste mundo traiçoeiro
É Natal
Em cada sorriso que lançamos
Às pessoas que não conhecemos
Mas que passamos a conhecer
É Natal
Em cada gesto de amor
Carinho e amizade
Mesmo que seja num só segundo
Para esquecer
É Natal
À porta de uma taverna
Em casa nos braços da amante
Que procura o calor para matar o frio
É Natal
Na prisão no hospital
Onde só há miséria
Que se transforma em desvario
É Natal
Em cada suspiro
Em cada palavra de conforto
Dita que seja uma só vez
É Natal
Quando o avozinho
Conta uma história
Ao seu neto irrequieto
Pela décima vez
É Natal
Quando diante do presépio
Vimos as figuras sagradas
Serem iguais aos olhos do mundo
É Natal
Sim. É Natal
Quando chega o mês de Dezembro
E nos disfarçamos de bons
Num só segundo
É Natal
Sim. É Natal
Quando a nossa consciência acorda
E sonâmbula nos chama
À realidade
Antes de adormecermos novamente
E cairmos na lama.


                                                                    ARIEH  NATSAC

Sem comentários:

Enviar um comentário