sexta-feira, 6 de junho de 2014

MINHA CONFIDENTE



MINHA CONFIDENTE


Sento-me junto a ela
Ponho-lhe os meus braços em cima
Meto as minhas pernas
No meio das dela
Não reage
Eu sinto-me bem
Conto-lhe os meus segredos
Que ela tão bem guarda
Sabe o que dizem os meus dedos
Vê aquilo que escrevo
Sem nunca se arreliar
Mantêm-se surda e muda
Ao ouvir minhas conversas
Mesmo que sejam adversas
Guarda com muito cuidado
As minhas cartas os poemas
Até cheques, sem pedir aumento
É a minha doce confidente
Sem ter horário
Sem ter um sorriso
Ou esgar de ciúme
Gosto dela assim como é
Da sua maneira
Ela é minha secretária
Com seu perfil de madeira.


ARIEH NATSAC


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