PINTURA ABSTRATA
Pinto o amor com
cuidado
Para não borrar a
pintura
Sem ter muito
floreado
Vou procurar
certa figura
Não sei escolher
as cores
Inspiro-me no
arco-íris
Vou pintar as
minhas dores
Mas não penses em
fugires
Vou pintar ao
desbarato
Porque ao amor
sou ingrato
Já não tenho
remédio
O tempo já o
levou
Agora só tenho o
tédio
Na dor que cá
ficou
Ando e desando
sem tela
Com a ânsia faço
um traço
Tão negro como o
carvão
A cruz com que me
embaraço
Sujo as mãos com
a certeza
Duma cor que
sobressalta
A amizade qual
pureza
Quando anda em
maré-alta
Nesta pintura
abstrata
Que nem eu sei
entender
Vejo um nó que
não desata
Páginas do meu
viver.
ARIEH NATSAC
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