Figuinhos de capa routa
Aqui. Quem quer almoçar
Andavam de boca em boca
Em Lisboa a namorar
E os galegos aguadeiros
Com suas bilhas às costas
Eram turistas aventureiros
Servindo senhoras bem postas
Fava-rica comida do povo
Logo servida pela manhã
Despertando um dia novo
Muito sadio e louçã
Quem à Baixa se deslocava
Para tratar da sua vida
Bacalhau à posta encontrava
Em mercearia. Para ser vendida
Assim se tinha almoço
Quando se chegava a casa
Feito sem grande alvoroço
Cozido ou mesmo na brasa
Onde havia as mercearias
Há bancos e restaurantes
Perderam-se as iguarias
Outros tempos bem distantes
Já não se vêem passar
Os eléctricos destapados
Onde se ia passear
Bem chiques e repimpados
E os negros carvoeiros
Que quase tudo vendiam
Eram eles os fogareiros
Que nossos lares aqueciam
Chineses já cá haviam
Alguns com muita lata
E seus produtos vendiam
Quem quele bonita glabata.
Aos domingos para variar
Uma sessão de amor ou molho
Ia tudo cinematar
Ao bem velhinho Piolho
E assim o tempo morria
De uma forma bem resoluta
E para comemorar um evento
Retratava-se à lá minuta.
Bons tempos. Hoje tudo mudou, algumas coisas estão melhor, mas outras....
ResponderEliminarSaudades dos pregões e das varinas de canastra à cabeça...
O poema está lindo e tem o previlégio de nos fazer recordar outros tempos.
Beijo
Antonieta