Sirenes de desespero
Homens de passos sem espera
Vozes que se agitam
Sem comando
Partindo em busca da vida
Lá longe onde tudo é negro.
Máscaras de rosto salgado
Num mar verde
Que deixou de o ser
E onde láparos e répteis
Dançam ao mesmo ritmo
Pinhas que se abrem
De espanto
E caem como lágrimas
E tombam na terra ardente
Neste inferno
Sem ser de Dante
Mas onde fogueiras intermináveis
Consomem tudo
Aquilo que encontram
E fazem fome
Muita fome
Chora quem tudo perdeu
Uma vida
Uma esperança
Um futuro
Mas há HOMENS
Que se atrevem
E avançam sem medo
Como se a vida
Não tivesse valor
Heróis do alheio
Vultos sem rosto
Que se dão à luta
Em troca de nada
Mas o nada que é muito
Pois a vida não se paga.
(Saibamos honrá-los).
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