EM
ABRIL É PRIMAVERA
Em
Abril é primavera
Jorram
águas p’los montes
É
espera noutra espera
Valha-nos
Deus quem me dera
Ver
uns novos horizontes
Quem
cava a terra com as mãos
Vai
abaixo, vem acima
Tem
na ideia um irmão
Que
nem sempre tem razão
Semente
que não germina
É
como flor tão bravia
Que
no agreste se entrega
Gestação
fraca e sombria
Que
seu caminho arrepia
Ousado
e muito brega
Contra
o tempo é resistente
Suporta
uma mascarilha
Leva
tudo no batente
Rasteja
como serpente
Vai
num barco sem ter quilha
Sempre
tão bem perfilado
É
um homem indefeso
Vai
sentir-se apavorado
Quando
cair para o lado
Numa
teia fica preso
Nunca
se dá por vencido
Faz
lembrar um gajeiro
Passa
ao largo sem sentido
Mesmo
sendo preterido
Julga-se
ser o primeiro.
ARIEH NATSAC
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