É
UM CORPO DE PENUMBRA
Entre
a chuva miudinha
Se
constrói um atoleiro
Tão
depressa se avizinha
Nasce
um saco sem bainha
De
flores sem ter o cheiro
Sem
espasmos de alegria
Há
quem vigie de perto
Num
horizonte sem dia
Tem
por vicio a agonia
De
viajar no deserto
É
um corpo de penumbra
Que
vive ao Deus dará
Nem
o luar o deslumbra
Prefere
viver na sombra
Que
por dentro lá está
É
um mistério bastante
Que
vive de voz calada
É
um cavalo possante
De
galope inconstante
Não
conhece a madrugada
Numa
raiva dura e mansa
Mal
possuído e amado
Nem
sequer chega a criança
Pois
toda a sua esperança
É
palavra enjeitada.
ARIEH NATSAC
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