quinta-feira, 20 de novembro de 2014

AQUELA VELHINHA TASCA



AQUELA VELHINHA TASCA



Naquela velhinha tasca
Onde eu ia almoçar
Num ambiente bem rasca
Onde a vida se descasca
Para se desanuviar


Cansaço do meio dia
A fome que apertava
Era um dia outro dia
Azedumes e agonia
De uma sorte tão madrasta


Na rua fazia-se fila
Tudo esperava p’la vez
Havia sempre um reguila
Que de esperar só refila
Porque a vida assim o fez


Com o petisco na voz
Arroz doce na palavra
Um suspiro bem atroz
Que numa casca de noz
Do seu peito se destrava


Depois com copos a mais
Era grande a chinfrineira
E ao beber sempre mais
Desabafava sem ais
Numa sopa de canseira


Apesar da sua fama
Às vezes mal afamada
Aquela gente reclama
E na tasca se difama
Uma vida agonizada.


ARIEH  NATSAC

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