AQUELA
VELHINHA TASCA
Naquela
velhinha tasca
Onde
eu ia almoçar
Num
ambiente bem rasca
Onde
a vida se descasca
Para
se desanuviar
Cansaço
do meio dia
A
fome que apertava
Era
um dia outro dia
Azedumes
e agonia
De
uma sorte tão madrasta
Na
rua fazia-se fila
Tudo
esperava p’la vez
Havia
sempre um reguila
Que
de esperar só refila
Porque
a vida assim o fez
Com
o petisco na voz
Arroz
doce na palavra
Um
suspiro bem atroz
Que
numa casca de noz
Do
seu peito se destrava
Depois
com copos a mais
Era
grande a chinfrineira
E
ao beber sempre mais
Desabafava
sem ais
Numa
sopa de canseira
Apesar
da sua fama
Às
vezes mal afamada
Aquela
gente reclama
E
na tasca se difama
Uma
vida agonizada.
ARIEH NATSAC
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