VEJO-ME SOZINHO
Vejo-me sozinho e
pensativo
Só as sombras me
vêm à memória
Apenas o frio
inverno me faz companhia
Sinto toda esta
agonia
Que faz parte da
minha história
Que me tolda os
pensamentos
Foram momentos
passados que houveram
Em que a alegria
foi constante
Agora fico bem
distante.
Apenas o presépio
que montei
Me faz lembrar o
Natal
Mas esse está
quedo e mudo
Como se isso
fosse normal
Não é suficiente
para me alegrar
Noutros lares bem
perto há alegria
Há famílias a
confraternizar
Só eu não tenho
ninguém
Culpa a minha?
Ou foi a sina que
me estava traçada
Talvez eu seja um
rei mago
Que se perdeu no
caminho
Por isso caminho
sozinho
Olhando a estrela
mãe
Pendurada numa
foto de família
Juntamente com o
pai, que era um santo
O menino Jesus
que já fui
Tornou-se a
ovelha tresmalhada
Deste imenso
rebanho
Agora apenas
tenho aquilo que não tenho
Olhando para todo
o lado
Sinto que todo
este desespero
É a cruz do meu
pecado.
ARIEH NATSAC
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