segunda-feira, 6 de junho de 2011

FLOR MURCHA




FLOR MURCHA…



De lampreia tens o corpo
Escrita de prosas tão marcadas
Espingarda de cano torto
Lavadeira em pedras agastadas



Flor murcha que o tempo queimou
Com aguas sujas sem ter tempo
Barrela de prantos em que afogou
A menina dos olhos em seu lamento



A brisa que passou e fez pirraça
Com testemunhos a implorar
Tornou-se na feira de cão de raça



Que rosna sílabas em tom agudo
Meteu-se por dentro sem se ocultar
Dum corpo rachado que não é tudo.



                             ARIEH  NATSAC

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