segunda-feira, 14 de maio de 2012

O POETA


O POETA


Tira a venda dos olhos
P'ra um mundo escondido
Mesmo cheio dos abrolhos
Vê o num outro sentido

S'um poeta se perfila
Num poema bem genial
Há sempre um cão de fila
Que à distância vê mal

Em lunetas de vogais
Desfilam as consoantes
Temperos de finos sais
Que se tornam diamantes

Diamantinos que choram
De raiva ou de magia
Na solidão se imploram
Em frases d'escadaria

Num corrimão de desejos
Dum amor nas horas vagas
Literatura de beijos
Que se misturam com pragas.


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