quinta-feira, 3 de maio de 2012

ANATOMIA DESVIRTUADA


ANATOMIA DESVIRTUADA


Numa cabeça de alfinete
Vi uns lindos olhos de água
Numa boca-de-incêndio
Língua de sogra sem mágoa


No rosto vi lindas maçãs
Nariz de Pinóquio nem vê-lo
Pele cheirava a hortelã
Tinha no relógio cabelo


Tinha pescoço de cavalo
Juntava longos papos d’anjo
Num tronco que era um regalo
Sem ter asinhas de arcanjo


Tinha braços dumas cadeira
Tinha barriga como pernas
Bacia sem ser lavadeira
Pés de cama no chão modernas


Suporte d'um senhor d’Aquiles
Tinha dedos sem ter piano
Em almas que fazem desfiles
De sapatos de ruim pano.


ARIEH  NATSAC

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