SILÊNCIO DE POETA
Sentado em
qualquer lado
O poeta pensa em
tudo
Bate com a caneta
No tampo da mesa
Como pancadas de
Moliere
As palavras fluem
As palavras
misturam-se
Num bailado cheio
de cor e magia
Abrem-se as
flores
Navegam barcos de
papel
Num oceano de
emoções
O sol é maior
Na imensidão dos
seus versos
São cânticos
negros
São voos noturnos
É o peito que se
abre
É o murmúrio no
céu da boca
São prazeres descontrolados
São despertares
adocicados
Tudo o poeta
escreve
Tudo o poeta
inventa
Tudo o poeta
rasga e abraça
Até no pico do
mundo
Ele encontra-se
com Deus
Até fala com o
Diabo
Inspira-se em
ambos
No êxtase da sua
emoção
Num silêncio de
poeta.
ARIEH NATSAC
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