AGUARDA UMA CARTA MINHA
Vou-te escrever uma carta… Minha
Uma carta sem palavras absurdas
Mas uma carta tirada do baralho
Bem baralhado sem que te iludas
Será uma carta que irás ler
Pois tu vais saber lê-la
E nela encontrarás o ocaso
Que já esperavas sem vê-la
Quando chegares a abrir
Também irás partir para nova aventura
Colocar novo padrão em terra desconhecida
Simbiose de paranóia e amargura
Não te esqueças de agradecer ao carteiro
O que ele penou para te encontrar
Tu que eras a rainha do meu baralho
Agora jogas à cabra-cega, sem parar
Mas antes isso…
Do que ficar com uma carta louca
Ficares acordada até de madrugada
E pores palavras na minha boca
Agora navego numa outra alvorada
E sinto que o barco está mais seguro
Pois as cartas do meu baralho
Navegam num rumo menos escuro
Não vou ter mais paragens
Vou cruzar ruas, pontes e estradas
Vou-me drogar num outro perfume
E não ter ausências anunciadas
Bem dita a hora em que te escrevi
E soube escolher as palavras
Que chegaram mesmo na hora certa
Nas horas que protelavas.
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